sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Novo livro de Marcos Reigota


Já temos a capa do novo livro de Marcos Reigota, professor da Universidade de Sorocaba e grande pesquisador em Educação Ambiental.


Apoiamos a causa e parabenizamos o professor.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A mais nova da onda dos corpos perfeitos

Eu tenho me cansado de dizer que a busca por espetacularização do corpo não tem levado as pessoas a atitudes muito "racionais"... A última até virou artigo científico.

A revista Lancet publica nessa semana um artigo sobre como o uso de esteróides pode gerar cicatrizes para uma vida toda. O assunto é tratado pela forma como o uso desses componentes, comum em nosso sistema natural, pode ser prejudicial quando o uso excede os limites dotolerável pelo organismo. E agradeçam ao Stallone por isso: o mocinho andou divulgando que o uso dos componentes lipídicos modelava os músculos....

Os esteróides são cadeias de lipídios, derivados do colesterol e que acompanham o organismo do nascimento à morte, num processo de hipérbole graduada. Durante a infância seus níveis são baixos, dada a pouca necessidade de hormônios nesse período, aumenta muito durante a adolescência e primeiras fases da vida adulta, e diminui quando o organismo vai se tornando senil.

Os esteróides são conhecidos como hormônios masculinos e femininos, mas esses são nada mais que uma pequena parte da via, representada no quadro abaixo. Nela podem ser vistos a quantidade de intermediários derivados do precursor colesterol.

Os usos em pequenas quantidades saõ conhecidos para reposição hormonal em homens e mulheres, controle de queda de cabelo, regulação de ciclos menstruais, entre outros. Mas o uso indiscriminado causa graves conseqüências, como fica claro no artigo da revista Lancet.

Mais um ponto negativo para as figuras da estética. Será que nenhuma delas leu Pierce sequer uma vez na vida?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pesquisas da existência de água em Marte continuam

No mês de Julho a revista Nature publicou artigo em que a existência de água líquida em Marte já em tempos pretéritos, datada da época da formação do planeta e responsável pela mineralização do solo do "planeta vermelho".
Estudos recentes possibilitados pela sonsa Phoenix, que tem feito análise de amostras de rochas do solo marciano por fusão dos materiais, revelaram que entre os componentes que podem ser encontrados está a água, grande facilitadora da vida. A existência de moléculas orgânicas complexas é o próximo passo a ser investigado, o que pode indicar se Marte já foi um planeta vivo.
Curiosidade publicada na versão eletrônica da Folha de São Paulo, "num solo enriquecido com magnésio, sódio, potássio e cloreto, como o de Marte, seria possível o cultivo de aspargos e nabos" (palavras do blogueiro). Se atmosfera fosse um fato em Marte, de fome já não se morreria.

E os estudos continuam...

domingo, 3 de agosto de 2008

Água em Marte

Nenhuma substância é tão impressionante quanto a água. A começar pelo fato de sua existência na forma líquida à temperatura ambiente, dada a projeção de sua molécula, que com os ângulos formados entre os átomos, determinam uma configuração particular que não permitiria sua existência líquida em temperaturas como as observadas ao longo do ano, principalmente nas regiões equatoriais.
Mas ela existe em forma líquida e está aí. Sai peka sua torneira todos os dias, cozinha seus alimentos, rega suas flores e permite que a vida aconteça. E essa contestação de água como precursora da vida é o que sempre fez com que se discursasse a respeito de falta de vida em outros planetas de nosso sistema solar, ou de sistemas próximos aos nossos, pois neles não existe água.
Contudo a busca ppor novos planetas onde seja possível a existência de vida é uma constante na luta diária de muitos cientistas, que tentam explorar os planetas vizinhos, dentro de nosso próprio sistema para entender como pode se dar a conquista de novos espaços no universo.

Essa semana foi anunciado finalmente a existência (e aqui vou falar de encontro - dos verbos encontrar, localizar, identificar) de água em Marte, um dos gêmeos, o "guerreiro". Encontrada na forma sólida, adsorvida nas rochas (adsorção = fortemente presa à, agarrada). A Folha de São Paulo publica várias notas ao longo da semana, muitas podem ser lidas na versão digital do periódico (31-07-2008 a 03-08-2008).

Como crítico ferrenho devo dizer que a descoberta é importante. Mostra que os elementos se repetem ao longo do universo próximo, e isso já nos dá uma idéia de que as condições de formação dos planetas é a mesma, e que dessa forma as mesmas condições podem levar a existência de vida em um outro local qualquer do universo. Ele é grande, e talvez nós jamais saibamos se isso se dá de fato. Ponto para os cientistas com a descoberta.
Um segundo ponto positivo é o fato de que a tecnologia tem avançado rápido. Embora eu prefira que ela seja utilizada em aspectos mais voltados para a eliminação do sofrimento humano (com sondas para microcirurgias, órgãos artificiais, inovações para tratamentos), acredito que o desenvolvimento de técnicas que se descobrirão futuramente desnecessárias levará a uma rápida expansão da qualidade de vida (eu ainda espero!).

Agora ponto negativo aos cientistas que não pensavam existir água em lugar nenhum mais que apenas no planeta Terra. A união de átomos não deve ser um processo tão aleatório assim. As forças que fazem com que uma molécula seja formada deriva já da disponibilidade de dois átomos pareáveis, que possam se juntar e não causar a destruição um do outro, para isso deixando de existir a ambos e dando origem a um novo elemento, nesse caso formado pela junção dos elementos iniciais. É o caso da água, onde hidrogênio e oxigênio deixam de existir, necessariamente na forma de dois elementos e se tornam um único, a água. É de se pensar que essa união de elementos ocorra por todo o universo, então não seríamos os únicos privilegiados em ter água nos sistemas.

2 x 1 para a pesquisa. Placar por ora...

terça-feira, 29 de julho de 2008

XVII Conferência Internacional de AIDS

A Cidade do México, capital do México, sedia entre os dias 3 e 8 de agosto de 2008 a XVII Conferência Internacional de Aids.

Apoio o movimento, uma vez que essa síndrome tem atingido milhares de pessoas ao redor do planeta. Nas postagens anteriores já denunciamos casos de contaminações decorrentes de negligência.

A imprensa pouco tem noticiado a realização do evento. Mas não podemos nos calar.


Acima está o banner da conferência. Quem puder, participe.

Mais uma para criticar....

A Folha online publicou ontem (28-07-2008) uma pequena nota sobre a mais nova dieta anunciada por uma nutricionista do Colégio Americano de Nutrição, e publicado em versão livresca sob o título de The Inflammation Free Diet Plan.
No livro, a autora sugere que os alimentos possam ser divididos em dois grandes grupos:

a) alimentos com fator inflamatório (FI) negativo, que quando consumidos não permitiriam às células a eliminação de toxinas (vale lembrar que essas toxinas surgem através do catabolismo normal da célula, de sua atividade metabólica intensa na degradação de nutrientes);

b) alimentos com FI positivo, que ajudariam a combater esse efeito de produção de toxinas.

O resultado foi uma crítica apresentada no fim da matéria por Edson Credidio, dito nutrólogo, sem maiores detalhes sobre sua atividade dentro da profissão. No destaque, ele diz que "É mais uma das famigeradas dietas da moda e, se Deus quiser, vai durar pouco tempo e cair no descrédito"... Concordo em partes.

Os nutrientes consumidos diariamente podem sim fazer parte de grandes subgrupos de alimentos responsáveis pelas mais diversas ações orgânicas de facilitação ou de degeneração de funções importantes. O grande problema dessa classificação está no fato de muitos alimentos ainda restarem no rol de produtos que não se tem certeza sobre sua ação benéfica ou deletéria: é o caso de cafés, vinhos e muitos doces e gorduras.

A matéria é muito simplista e finalista, não tendo aqui como deixar caro se a classificação da nutricionista americana é pertinente ou não. O fato é que podem ser feitas infinitas classificações para os alimentos, disso dependendo apenas uma pesquisa voltada para a seleção de grupos funcionais, influência sobre componentes metabólicos ou sobre a fisiologia do organismo.

Ponto negativo para a Folha online.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Feliz aniversário bebês de proveta!

Hoje (25-07-2008) completamos 30 anos de pesquisas com o uso de inseminação artificial nos casos de dificuldades em engravidar. A primeira bebê de proveta, com informação tirada de reportagem de hoje na Folha online nasceu em 25 de julho de 1978, e é por esse motivo que estamos aqui no blog comemorando a data.

As técnicas vem sendo desenvolvidas para inseminação a todo momento. A polêmica foi tão grade quanto o uso de embriões em pesquisas com células-tronco. Somam 4 milhões de habitantes ao redor do mundo o número de nascidos pela inseminação de embriões, ou como ficaram chamados os bebês de proveta. Uma vitória para tantos casais que pensam não vir a ter filhos pela dificuldade de engravidar (no caso da mãe).

Os tratamentos são geralmente demorados e podem não vir. Tudo depende da aceitação do organismo materno ao embrião, da fisiologia da mãe, da não debilidade do útero, entre tantos fatores que impedem a futura gravidez. Muitos embriões implantados não significam que um filho nasça. Ou pode significar o nascimento de mais de um ao mesmo tempo. Nada pode sugestionar os resultados. É um jogo de loteria, por tentativas e erros.

Mas com o incremento das novas tecnologias e de recursos da Biotecnologia e da Biologia Molecular, certamente os proximos anos reservam ainda mais vitórias a muitos casais que esperam sua vez de comprar o enxoval dos bebês.

Mas fica sempre a esperança. De qualquer forma, parabéns aos pais que tiveram sua oportunidade graças ao uso dessa tecnologia.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Planando...... (3)

Sinto falta dos dias sabor canela. Ai que saudade que me dá!
Já passei por dias sabor chocolate, das festanças com os amigos, das risadas divertidas, dos olhares para as mesas do lado nas pizzarias e cafés...
Já tive dias sabor camomila, de brisa suave batendo no rosto, de aroma de leite quente na mesa da manhã...
Já tive dias de sabor boldo, amargos, de olhos crivados, dias emputecidos, cheios de dor...
Mas esses retornam. Os dias inteiros com os amigos, as saídas sorrateiras aos bares, as bebidas, os risos, os gestos.... voltam. E sempre voltarão...
Mas e os dias sabor canela? Aqueles de suspiros entre muxoxos, de afagões gostosos no travesseiro ao lado, de olhares distantes e perdidos no meio da aula, de sonhos de beijos eternos... voltarão também os dias sabor canela?
Fica o dia de hoje, sabor hortênsia. Quem sabe que sabor tem a hortênsia? A mesma dúvida tenho eu em relação aos dias sabor canela...

Planando (2)

Como se caracteriza um ovo? Eu olho o ovo e o vejo sem marcas, a casca pode estar lisinha, ele é ovalado, quase uma forma perfeita. Outro o vê e diz que sua porosidade é excêntrica, que é estranho um ovo ter a forma de um ovo, que não é bonita essa superfície tão sem marcas, que nem parece natural... argila e gesso... Terceiras opiniões também são possíveis, e como cada uma depende de uma visão de mundo diferente, eu digo apenas que eu sou... pra que mais? Não adianta mesmo!
Vale a pena outras ressalvas... Veja bem: eu vivo. Olha que bonito. E plagiando McDonald’s®, tenho uma McVida Feliz... pois “amo muito tudo isso”. Nada de felicidade condicionada, nada de viver para amanhã. Vivo.
Sou. E sou como os fins de semana de uma antiga campanha publicitária (e me desculpem, já não tenho os 12 anos de idade da época em que a li, por isso não sou capaz de lembrar a que empresa pertence a campanha) “sempre igual, sempre diferente”!

Planando..... (1)

Procuro olhos com cor, capazes de enxergar o mundo, que perdi em algum lugar. Procuro boca com lábios, que pronuncia palavras audíveis, pois já não ouço mais; é claro que o problema pode ser que eu busque por ouvidos que ouçam o silêncio, que vasculhem fundo no abismo de sons que já não se pode identificar. Procuro um corpo com alma, pois a minha se perdeu e não a posso achar.
Em meu jardim há fadas. Sim, eu acredito nelas, ninguém me ensinou o contrário. Dançam loucas por entre as flores, que são em preto e branco.
Procuro um mundo onde eu possa amar do meu jeito, sem culpa, sem medo. Pudor, no meu mundo, é mera coincidência. Nesse mundo eu ando sem causa, beijos e abraços são parte da vida.
Procuro você que está aí em algum lugar, esperando por mim, irrestrito... não esperará tanto, pois ora ou outra, o que procuro, vou achar.


Minha homenagem aos meus amores

terça-feira, 1 de julho de 2008

Novas esperanças

A revista britânica Narture Biotechnology publica em sua última edição (de 29-06-2008) uma pesquisa da Universidade da pensilvânia, nos Estados Unidos, onde células com receptores alterados (células do sistema imune) tornara-se mais resistentes ao vírus da AIDS. Como sempre, cabem ressalvas:

Na pesquisa, um gene que codifica a proteína de um receptor de membrana, responsável pelo acoplamento do vírus e sua entrada no linfócito (a célula invadida), foi inativado com a ajuda de uma enzima que corta a molécula de RNA mensageiro em porções específicas, capaz de evitar a síntese desses receptores de forma adequada. Como a infecção depende ssa interação vírus-receptor para que a célula seja invadida, fica dificultado o acesso do vírus ao seu hospedeiro humano.
Acontece que ainda é cedo para dizermos que se alcançou o ideal de tratamento quando falamos em alteração de receptores de membrana. Isso porque a célula não desenvolveu um receptor especificamente para o acoplamento do vírus. Isso se deu por acaso. A proteína era especializada na recepção de outro substrato qualquer, que com a alteração dos receptores, também vai deixar de ser recebido pela célula.
Os vírus têm uma plasticidade muito grande, enquanto que os substratos não. Mesmo com receptores alterados, a pesquisa mostrou que existe resistência, mas não absoluta eficácia na utilização dessa técnica. Enquanto os vírus podem alterar sua estrutura molecular e se readaptar para alcançar a invasão, os substratos deixam de ser carreados para o interior das células, impedindo vias metabólicas dependentes de sua entrada para a célula.

De qualquer forma, é um alívio a descoberta dessa técnica, que aprimorada, pode gerar resultados satisfatórios para essa doença que mata 8000 pessoas por dia no mundo (1).

1. LUCEA, J. A. Dia Mundial da AIDS: luzes e sombras. Disponível em < http://www.acidigital.com/aids/luzesombras.htm>. Acesso em 01-07-2008, as 10:20.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Envelheça sem medo

Nada de neuras quando o assunto é envelhecer. Viver é um processo e dele derivam várias situações, onde rugas e gorduras acumuladas são parte da trajetória.
A revista Veja, edição de 2 de julho de 2008, publica matéria intitulada: Quando o belo ganha a máscara da plástica. Interessantíssima a matéria.
Certamente você já se olhou no espelhoe torceu mpara que fosse possível mudar coisinha ou outra em sua aparência. Mas e quando isso se torna uma obcessão que tem como principais aliados médicos intitulados plásticos, de habilidade fajuta?
O fato é que anti-etismo de fato existe. E em qualquer área. Até mesmo quando se trata de tornar sua aparência desconcertante, pois é o que acontece quando você se submete a uma cirurgia reparadora que em nada melhora, mas que (de fato) destrói sua aparência que pode não estar longe da harmonia.
Dizem que a natureza é sábia. Você tem dado chance a ela? Nem sempre aquilo que parece tão disforme o é. Leia o trecho abaixo:

"Como ninguém faz nove plásticas de nariz sem que haja um cirurgião disposto a cometer excessos, tem-se aí um duplo problema. "É a pior combinação: o paciente que quer fazer tudo somado ao médico sem escrúpulos que o submete a procedimentos incontáveis e desnecessários", diz o dermatologista Guilherme de Almeida, do hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Ele próprio já conduziu uma paciente até um consultório psicológico, porque ela simplesmente não se convencia de que não precisava fazer mais nada no rosto. A terapia não ultrapassou três sessões. A paciente, que nunca mais apareceu no consultório de Almeida, provavelmente deve ter achado outro doutor que lhe satisfizesse as neuroses. "Tais pacientes gastam fortunas com tratamentos estéticos sem se dar conta de que isso pode causar-lhes defeitos irreversíveis", diz a médica Luciana Conrado."

Siga orientações seguras.
  1. Informe-se antecipadamente sobre o profissional com amigos ou parentes que já se utilizaram de seus serviços;
  2. Faça perguntas criteriosas, buscando saber se de fato deve se submeter a um processo cirurgico, ou se existem práticas alternativas e mais naturais, como exercícios faciais ou cremes estéticos;
  3. Consulte o Conselho Regional de Medicina se achar que algo não se encaixa;
  4. Procure mais de um profissional se persistir a dúvida. Mais de uma opinião pode ser interessante;
  5. evite excessos e não admita cirurgias que não estejam delimitadas previamente no programa estabelecido pelo cirurgião;
  6. Não se entregue ao hábito após a primeira cirurgia. Não faça disso uma prática constante;
  7. aprenda a viver com você, essa aí que você vê no espelho todos os dias, pois ela é resultado de suas vivências, angústias, alegrias, todos os momentos que você mesmo determinou. Rugas são parte dessa vivência;
  8. Não se agrida e veja que isso também rejuvenesce.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Deus esotérico

Acompanhar as teorias da evolução é sempre uma distração. Dentre os modelos teóricos mais divulgados, Darwin acabou por tornar-se a figura mais controversa na história dessa ciência. A teoria da seleção natural é realmente motivo de calorosos debates entre os estudiosos, e entre os estudiosos e os religiosos.
A seleção natural, em toda sua origem teórica, e não somente nos moldes de Darwin/Wallace, tem um comprometimento com questões observáveis da mudança e adaptação dos seres vivos. Uma mutação surgida por um fator qualquer, influenciada pelo ambiente desfavorável, é estimulada a continuar existindo como condição natural no fenótipo da descendência. Aquelas condições que não satisfizerem um determinado padrão de adaptação serão logo eliminadas, dadas as qualidades desfavoráveis.
Os criacionistas são bem menos complacentes. Com um Deus acima de todas as coisas, naturalmente as mudanças ocorreriam segundo seus desígnios. Aqui está o centro de nosso foco nessa postagem.
Buscando uma forma de identificar o momento da criação, em nada baseados na evolução, afinal, osa fixistas acreditam na criação da espécies num dado momento e sua existência até o momento presente, sem alterações, na década de 1650, o arcebispo de Armagh (província inglesa) James Ussher, calculou a idade da Terra baseado nos filhos nascidos a partir de Noé, e chegou à conclusão de que a criação teria se dado em 4004 a. C. Nada de data e hora marcados, mas um mero acaso da vontade divinha... Gosto meio excêntrico, devo dizer, porque juntamente com seres vivos, criou uma série de seres mortos, que os Paleontologistas se divertem classificando e dando nomes.
Mais além, John Lightfoot, nascido nos anos em que Ussher publicava seus escritos, afirma com convicção a criação da Terra em 23 de outubro às nove da manhã (no ano de 4004 a. C.). Serão os autores ou Deus os místicos?
Vamos de trás para diante: os nascidos (ou criados) em 23 de outubro nascem sob a influência do signo de Escorpião. A Terra teria sido criada exatamente no primeiro dia desse signo. Os escorpioninos são mitificados como os mais sarcásticos e marcados pela dubiedade de suas atitudes. São aqueles que você jamais vai confiar no que disserem a você e sempre terá medo de que lhe traiam, ou que sufocados, destruam-se. Não é mais ou menos o que se passa com a Terra?
Enfrentamos um momento em que não sabemos quais serão os passos a dar num futuro próximo que não encaminhem ainda mais para o buraco a humanidade. As fontes eram inesgotáveis, mas os deuses escaparam ao Olimpo e tudo mergulha no caos. O homem já vê a possibilidade de cessar o desenvolvimento, ou utilizar suas criações para recuperar o que ainda resta e pode ser conservado. O mundo é mesmo escorpionino.
E a ascendência? Pela hora de criação e pelo dia, a ascendência da Terra é em Sagitário. Pra quem quer características de um sagitariano, vejamos o caso Britney Spears... demoram a deixar a fase adolescente, a vida é sempre um vídeo game, e se ocorrer game over, pode-se sempre começar de novo, com trilha sonora renovada e em alta... Perde-se os filhos por falta de responsabilidade, mas deve-se admirar sua astúcia e desafiabilidade, a capacidade que tem de parecer brega e dizer que é chique.
Reflexos de um mundo que pode ser observado, talvez Ussher e Lightfoot estivessem vislumbrando o mundo que adorariam ter e não viam. Ou terá sido Deus quem criou um mundo com um esoterismo tão displicente?

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Vitória para a Ciência

Foi concedido, finalmente!, nesta quinta-feira (29-05-2008) a liberação (mas não irrestritamente, deixemos claro) do uso de células tronco no Brasil. O impasse já beirava à mixordia.
Embora as pesquisas não estivessem estacionadas, esse era o passo fundamental para que elas respirassem aliviadas, ou para que não viessem a sofrer sanções futuras, caso uma decisão em contrário à avalização viesse a se processar, o que tonaria essas pesquisas ilegais, e os resultados anteriormente obtidos, isentos de ética.
Aos pesquisadores agora cabe o uso racional dessa tecnologia. As reportagens tem sido bem enfaticas ao mostrar os dois lados da questão: prós e contras existem em todo os lugares. Nesse blog somos a favor do uso dessas células, e portanto, estamos felizes com o resultado obtido ontem com a liberação. As mudanças provenientes na lei de biossegurança, agora, é que devem ser colocadas na mesa e discutidas, pois reservas devem sim ser feitas.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Biólogos como comunicadores

A Biologia é uma ciência que não raro aparece polêmica e distorcida. Os estudos realizados nas diferentes áreas compreendidas pelas Ciências Biológicas, como prefiro chamar, dada a diversidade de temas, são alvo de um grande número de páginas dos principais jornais e revistas de todo o mundo, nas leituras realizadas por muitos comunicadores (assim vou sempre me retratar aos jornalistas, repórteres, autores de livros, blogueiros, ou qualquer pessoa que resolva produzir sentido através de enunciação - verbal, escrita ou imagética).
A maioria desses comunicadores geralmente tem uma formação dentro da área das Ciências Humanas, bastante teórica em sua estrutura, e isso gera dificuldades na compreensão da linguagem científica produzida pelos cientistas e pesquisadores das demais áreas do conhecimento.
Numa tentativa de resolver esse problema de imcompreensão e busca de sentido para a comunicação que deve alcançar o leitor, vejo o biólogo como ator no processo. Parte de seu trabalho pode ser justamente ser redator de enunciações que ele vê como essenciais e necessárias à divulgação para o público em geral. Mas, e não nos esqueçamos disso, essa "apropriação" da produção de comunicação feita por um biólogo deriva de um esforço pessoal em se comunicar e se fazer entender, que exige estudo e determinação, empatia e autoridade, compreensão e simplicidade.
O professor Wilson da Costa Bueno, da Universidade Metodista, concedeu uma pequena entrevista para tratarmos do tema. Wilson Bueno é docente do programa de pós-graduação dessa universidade e tem especialização em Jornalismo Científico. É autor de Jornalismo, Comunicação e Meio Ambiente, pela Editora Majoara, recentemente publicado. Acompanhe:

J&C -A Biologia é uma ciência de grande destaque nos meios de comunicação (impresso, televisivo) a cada salto surgido em suas áreas de pesquisas concentradas na resolução de problemas que marcam determinados momentos. Surge uma nova pesquisa, um novo a(in)cidente ambiental, e destaca-se o biólogo. Como um comunicador social vê essa relação dos biólogos com a mídia (externamente a ela)?

W.B. -Esta relação é , hoje, essencialmente positiva na medida em que, em função das pautas que incluem a Biologia e os biólogos, estes profissionais se tornam fontes indispensáveis. Esta parceria no processo de divulgação científica tem aproximado as duas áreas (Jornalismo e Biologia). Precisamos também de mais biólogos atuando como comunicadores.

J&C - Já quando se trata de divulgar a Ciência produzida, resultados obtidos, novas hipóteses e recentes teorias, vemos que a transposição do conteúdo científico (escrito por cientistas da área) para uma linguagem mais acessível ao público leigo leitor/ expectador em geral, é marcada por deslizes que comprometem o conteúdo exposto. Onde está o erro: nas explicações dadas pelos divulgadores das novas descobertas, ou na compreensão feita por quem reescreve de maneira mais simples o exposto?

W.B. -Os deslizes costumam ser cometidos por ambas as partes. Muitas vezes, os pesquisadores, os cientistas etc não se dispõem a um trabalho de parceria, não compreendem o objetivo de um trabalho de divulgação e se recusam a “descer do pedestal”, o que contribui para a incomunicação em virtude do discurso hermético e da complexidade natural do campo. Já muitos jornalistas e divulgadores pecam ao tratar questões complexas com displicência, sem atentar para os conceitos e processos envolvidos e, desta forma, desqualificam a cobertura, induzem a audiência (leitores, telespectadores etc) a uma leitura equivocada, incompleta, errônea. Mas esta situação já foi menos favorável e temos observado uma mudança positiva nos últimos anos, talvez porque ambos os lados se deram conta de que é preciso trabalhar em parceria e estão mais dispostos a democratizar o conhecimento.


J&C - Seria o caso de um cientista (biólogo, no nosso caso) fazer o papel de divulgador e disseminador de informações científicas? Essa competência lhe compete?

W.B. -O cientista deve, a meu ver, exercer também o papel de divulgador, visto que deveria estar comprometido com a democratização do conhecimento, a inclusão dos diversos segmentos sociais no debate das questões de ciência e tecnologia. Se ele não se dispõe ou não tem oportunidade de atuar como divulgador na mídia, deveria ao menos produzir textos, livros didáticos, proferir palestras ou mesmo estar disposto a interagir com a imprensa para contribuir para este processo de alfabetização científica.

J&C - Até que ponto pode o profissional biólogo se ver engajado na área comunicativa? Um profissional com esse perfil deve ter quais características? Que visão de mundo deve compreender sua formação?

W.B. -O biólogo, como todo profissional, exerce naturalmente esta função porque se comunica com os seus pares, com seus colegas e muitas vezes com seus alunos ou subordinados em uma empresa, mas é necessário capacitar-se e estar disposto para um trabalho mais amplo de divulgação. É fundamental para isso que ele reconheça as dificuldades que o “outro” tem de entender o discurso técnico-científico, compreender a essência do processo de divulgação e em particular o sistema de produção jornalística, a cultura jornalística em particular. Nosso mais importante jornalista científico, José Reis, era um biólogo.

J&C - Dos obstáculos que podem surgir na formação de um biólogo-comunicador, quais você vê como as principais dificuldades encontradas por esse profissional que abriga uma nova condição de ciência (a Ciência Lingüística)?

W.B. -O obstáculo maior é o biólogo não estar disposto a se colocar na posição do outro, não estar consciente de que o analfabetismo científico é uma realidade em nosso país e que ele tem esta função ou missão de informar. Se ele assumir esta perspectiva, buscará entender o universo lingüístico ou de conhecimento do público e estará empenhado em se fazer entender e em contribuir para a alfabetização científica e debate da política de ciência e tecnologia.

J&C - É possível que esse profissional seja responsável pelos mesmos erros cometidos por um comunicador social não “cientifizado” (vou usar esse termo para indicar quem não é cientista-biólogo)? Em que isso pode comprometer a ética determinada para a área em que se graduou e em que atua?

W.B. -Na verdade, o fato de ser um biólogo não garante que ele domine toda a área, assim como, por exemplo, um médico não domina toda a Medicina, embora esteja, mais do que o cidadão comum, familiarizado com determinados conceitos e processos e, portanto, encontre menos resistência ou dificuldade para lidar com temas complexos. O fundamental é ter em mente que o processo de divulgar implica também na competência em comunicar e que o problema não é apenas de conteúdo.

J&C - Que programa buscar para se qualificar como comunicador? As ofertas são grandes nas universidades brasileiras? Onde ir? Quem procurar? De que temas tratar?

W.B. -Tem crescido a oferta de cursos para a formação do jornalista e do divulgador científico e é possível indicar o curso de especialização , e agora também o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo Científico, da Unicamp. A Fiocruz tem dado abertura a projetos nessa área e há outros programas de pós-graduação em comunicação no Brasil que abrem espaço para projetos em divulgação científica, como o da UMESP, por exemplo.

J&C - Qual sua visão pessoal sobre a inserção de biólogos na pesquisa comunicativa?

W.B. -Acho extremamente positiva. Além do José Reis, nosso decano, posso citar, por exemplo, o Eduardo Geraque, da Folha de S. Paulo, um biólogo com um trabalho absolutamente competente nesta área. Precisamos desta inserção, seja de biólogos, físicos, químicos ou cosmólogos, como o Marcelo Gleiser. Esta é uma área fundamental para o país que tem um ensino de ciências tão precário e precisa obrigatoriamente incluir os cidadãos no debate das questões de ciência e tecnologia que, mais e mais, impactam suas vidas (células-tronco, automação industrial, transgênicos, mudanças climáticas, nanotecnologia etc etc).

Um agradecimento especial ao professor Wilson Bueno, da Universidade Metodista, por nos conceder parte de seu tempo para a divulgação dessas informações.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A importância da preservação ambiental

Você já se perguntou alguma vez do por quê de ser tão importante preservar uma determinada área, um córrego, uma árvore? Nem sempre a resposta é tão fácil, ou simplesmente ela cai no “ecologismo”, uma vertente bastante desanimadora, que além de nada científica, tem críticas infundadas.
Numa tentativa de driblar esse “ecologismo” e trazer um pouco de luz para a importância de se preservar o ambiente, vou utilizar o trabalho de dois autores, uma publicação de 1982, de Terry Erwin (1), e um mais recente, publicado na Science, Lambais et al (2006) (2). Ambos os trabalhos refletem uma problemática bem estarrecedora: quantas são as espécies de organismos existentes no mundo?, ou seja, quantas espécies ainda não descritas o ser humano ainda está por conhecer.
Erwin analisou a quantidade de besouros existentes em árvores da floresta Amazônica. Para isso, coletou e contou os indivíduos de diferentes localidades e diferentes espécies de árvores, para saber quais espécies se relacionam diretamente com a espécie analisada e naquele local específico. Para que você que me lê entenda o trabalho, com essas coletas, ele procurou ver a relação existentes entre as espécies animais e vegetais e o número de espécies que se relacionam.
Acredita-se que o número de espécies que existem no mundo hoje, por modelos extrapolativos (modelos que deduzem quantas espécies existem sem de fato se ter contado todas elas) fique em torno de 10 a 100 milhões de espécies! Parece absurdo esse número e se tem uma margem de erro muito grande em uma faixa tão desencontrada de algarismos, na casa de 10 vezes entre um e outro, mas o importnate é que se conhecem em torno de 1,8 milhões, um número muito inferior a menor densidade prevista.
No trabalho de Erwin, em uma das coletas, em uma única árvore, foram coletadas 1.200 espécies de besouro em uma única espécie de árvore. Dessas espécies, 14% só são encontradas nessa árvore, e em nenhuma das demais, mesmo as que se encontravam ao redor dela. Vamos ter de fazer contas:



  1. Acredita-se que existam somente na Amazônia cerca de 50.000 espécies de árvores. Bom, como 14 % de um total de 1.200 espécies (só de besouros), números do exemplo de Erwin, correspondem a 163, vamos supor que cada árvore da Amazônia abrigue esse mesmo número de espécies: 163 x 50.000 = 8.150.000 de espécies de besouros.

  2. Vamos um pouco mais além nas considerações: os besouros são um grupo correspondente a 40% das espécies de insetos que encontramos na natureza. Portanto, para sabermos somente a quantidade de insetos existentes, vamos deduzir os 60% restantes:

40% de espécies são besouros --------------------- e somam 8.150.000 espécies
100% de espécies de insetos --------------------- x espécies


x = 20.375.000 espécies


Ou seja, somente de insetos, existiriam mais de 20 milhões de espécies no mundo.


Já sei, você acredita que esse número é muito absurdo. Claro que é! Não se esqueça que estamos extrapolando o número de espécies a partir de um evento de uma floresta tropical, com condições de hábitah insuperáveis em qualquer outra região do globo.


Agora vamos analisar o segundo artigo. Mas antes, deixo claro que ele corrobora os dados encontrados por Erwin para uma segunda classe de organismos. Nesse artigo, Lambais et al (2006) estudando a filosfera (o nome se refere às folhas da floresta como um bioma particular), encontraram a existência de espécies de bactérias nas folhas de espécies arbóreas da Mata Atlântica, entre 95 e 671 espécies de bactérias, das quais apenas 0,5 é comum tem sobreposição na filosfera. Imagine menos de 1 bactéria sendo encontrada em espécies de árvores dessa floresta? A estimativa fica em torno de (até) 13 milhões de espécies de bactérias, apenas na Mata Atlântica!!!!


Bem, vejamos: se o número de espécies em um local tão raro com uma árvore de um local não anteriormente descrito, ou da folha de uma árvore, é tão grande, que dizer de todos os ambientes diferentes que existem na biosfera?
Aqui é que coloco o fato da preservação dos ambientes. Quando você permite que uma árvore seja derrubada, pode ser que muitos dos seus desejos sejam atendidos: espaço, iluminação, conforto, praticidade. Porém se em uma única folha encontramos tantas espécies, imagine nos 97% de Mata Atlântica que já não existem mais? Sim, o homem pode ter destruído um número bem significativo de espécies ao derrubar a mata para construir parques industriais, ou pode ter levado à extinção um grande número de espécies por represar um rio. No seu quintal podem existir milhares de seres vivos que a Ciência desconhece, e você pode estar querendo dizimá-las por vontade de ter uma piscina. Sensacionalismo, eu sei, mas se você acredita que eu seja sensacionalista, eu o vejo como um ventríloco, e todo o ambiente é sua marionete, que você guia a bel-prazer.

Erwin já falava sobre isso em um comentário em texto que se encontra em Biodiversidade (1997) (3), de sua autoria, comentando esses números tão fantásticos e polêmicos que partilhou com o mundo. Escreve ele:

"Estamos adquirindo rapidamente uma nova imagem da Terra, e ela está cheia de milhões de espécies que estão a ponto de serem substituídas por bilhões de pessoas famintas, asfalto, tijolos, vidro e barro vermelho inútil atacado pela erosão da força do sol tropical. Muitas forças da evolução afetaram os besouros [...] e muitas outras formas de vida do planeta. Muito mais tarde na escala do tempo geológico, uma nova força propulsora apareceu, os humanos." (in WISON, 1997)

PENSE NISSO!



1. ERWIN, T. L. 1982. Tropical forests: their richness in Coleoptera and other Arthropod species. Coleopt. Bull. 36(1): 74-75.

2.

3. WILSON, E. O. et al. Biodiversidade. Trad. Marcos Santos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Vírus HPV

Descoberto desde épocas remotas, na Antiguidade, já acometendo nesse período os povos do crescente fértil na Ásia, o Papilomavírus humano ataca uma região muito sensível do aparelho reprodutor, chamado colo do útero, nas mulheres. Isso não significa que ele não infecte homens, mas a resposta imunológica é diferente em homens e mulheres.
Em homens e mulheres o HPV é o responsável por causar uma doença conhecida como “crista de galo”, dada a quantidade de verrugas provocadas pela multiplicação das células infectadas, que aumentam rapidamente. O contágio, segundo o estabelecido pelas pesquisas, se dá por contato direto com pessoas infectadas com o HPV. Mas nem sempre aparecem sinais de infecção: em 90% dos casos, o organismo elimina o vírus sem que a pessoa tenha sequer notado estar infectada, mas já pode transmitir o vírus.
Nas mulheres, leve coceira, corrimento ou dor na relação sexual podem ser sinais de infecção. Mas a doença de fato só acomete umas poucas mulheres, e nas demais o próprio organismo se encarrega de liquidar o vírus.
Dos casos confirmados da doença, menos de 1% podem ter uma complicação da enfermidade, que gera o câncer de colo do útero. Com porcentagem tão baixa, o simples uso de preservativo seria suficiente para eliminar esses casos, além de prevenir contra uma série de outras doenças transmitidas pelo ato sexual direto. Não bastasse isso, é importante que você que faz sexo oral ou anal tenha cuidado, pois como essa família de vírus ataca principalmente mucosas, você pode ter algumas das complicações na boca ou no canal anal.
Da família viral dos papiloma, cerca de 100 vírus são identificados como infecciosos para o ser humano. Muitos deles são eliminados, e condições de estresse ou gravidez, que deixam o organismo sensível, são suficientes para uma infecção maior, ou para o desenvolvimento de câncer de colo do útero. Previna-se.


Nota: Aqui o termo câncer de colo DO útero está sendo assim empregado por existirem outros cólons orgânicos, ou seja, o colo do útero é apenas um desses colos. Em reportagens lidas para a postagem dessa matéria, verifiquei que muitos autores escrevem câncer de colo DE útero, que pode gerar confusão no entendimento do termo. Para evitar a confusão, opto pelo uso do termo com artigo anterior à palavra. Não vejo erro na grafia sem artigo, mas vejo a possibilidade de discrepâncias.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Natureza cenográfica

As imagens têm um poder fascinante. E portam nas entrelinhas muita história, muita informação, muita coisa "não-dita". E nem precisa.
Em análise do discurso (AD) essas entrelinhas são chamadas de interdiscurso. As variantes de uma mesma sentença, no todo significativo, são as polissemias. Quanto se diz com uma mesma sentença? Muito, isso é certo. E nem sempre o próprio autor é capaz de perceber que disse mais que aquilo que planejou: esse é o esquecimento, mais um recurso da análise de discurso.
Nas imagens animadas (os vídeos principalmente), muito se pode usar dessa linguagem interdiscursiva e polissêmica. O resultado é bastante interessante.
No link abaixo se pode ver um clipe interpretado por christina Aguilera, Fighter, que usa muito dos recursos de interdiscurso nas cenas... e que dizer da polissemia! Vou relatar de forma simples e não exaustiva, mas veja o clipe e se aprofunde na análise. Há muito de bom, em linhas gerais, em se intencionar, como vou chamar, aquilo que abertamente não é convencionado se dizer.
Na abertura uma mariposa. Não vou entrar em questões de gêneros e descrições, pois isso não nos convém nesse momento. Contudo, as mariposas são seres muito frágeis, fáceis de capturar e muito utilizados como artigos de colecionadores. Melhores são aqueles indivíduos que não estão machucados, com ausência de pernas ou antenas.
Seu ciclo de vida é retratado no clipe do começo ao fim. Sua fase larval, e a busca incessante de fuga das formigas, que assolam o corpo do animal quando este não está íntegro e indica que o animal não vai sobreviver por muito tempo. Fighter é um substantivo interessante, traduz-se por "lutador". Não é isso que fazem as pessoas que se sentem presas a situações difíceis; pobreza, violência, paixões, trabalho, rotina. A mariposa são esses que sofrem e buscam se libertar. Alguns conseguem: no momento 1min05s a mariposa destrói o vidro que a prende, e pode então fugir. Quantos laços são rompidos nessa hora não estimo ao certo. Mas todo o sentimento de opressão, de sufocamento, de angústia e de passividade se esvaem, e inicia-se uma nova fase, de perda dos grampos, de liberdade e renovação.
Nem tudo é perfeito. No clipe as formigas aparecem se alimentando de partes de organismos (talvez outras mariposas, como as da cena principal). Mas é bom lembrar que as formigas não se alimentam de organismos, como é de se supor quando se vê essas trabalhadoras incansáveis carregando pedaços para dentro do formigueiro. A impressão inicial que se pode ter é de que levam esses pedaços para um distribuição para os indivíduos que formam a colônia, mas isso não se aplica. Na verdade as formigas carregam esses pedaços para alimentar os fungos que crescem associados ao formigueiro, um para cada tipo de formiga, ou seja, existe um fungo diferente para cada ninho, para cada espécie de formiga. E é desses fungos e de seus produtos metabólicos que se alimentam esses insetos.
Observe os alfinetes entomológicos muito bem lembrados pelo autor. Os mesmos alfinetes que prendem o organismo pelo dorso representam o terceiro par de pernas das formigas (muito interessante essa colocação) A prisão se dá em vida. O indivíduo agoniza por sua impossibilidade, por suas fraquezas, por sua ineficácia frente ao obstáculo. Mas como ele pode ser rompido, e desaparece o obstáculo, também os grampos podem ser retirados, e a vida se faz novamente. A mariposa empupa, o velho se renova e ganha novos ares, nova roupagem, nova vida. Se desprende e vai viver. Vai fazer o mundo mais belo e preenche o vazio.
O texto tem referência no momento de enunciação. Isso fica claro na atemporalidade do texto, expressa na primeira estrofe:

After all you put me through (Depois de tudo que passei)
You´d think I´d despise you (você poderia pensar que eu me desfaço de você)

Perceba que o momento se destaca pela enunciação, pelo momento em que fala o autor. Esse embreante temporal falta, está ausente. Por outro lado temos outro embreante, o de enunciação, marcado pela primeira pessoa (I = eu). O coenunciador é um você que pratica uma ação da qual se reflete todo o enunciado do texto:

How could this man I thought I knew (Como pôde esse homem que eu pensei soubesse)
Turn out to be unjust, so cruel (Deixar de ser injusto, tão cruel)

Em fighter (lutador) temos um ethos estabelecido. Observe que são os embreantes temporais, aliados à não-pessoa do coenunciador que traz a motivação de o enunciador, a pessoa que fala, se tornar um lutador. A seqüência de adjetivos atribuídos ao enunciador por conta do momento da enunciação articulado pelos embreantes temporais, tem origem na cena:

Makes me that much stronger (Faça de mim mais forte)
Makes me work a little bit harder (faça-me trabalhar mais duro)
It makes me that much wiser (Isso me faz sábia)
So thanks for making me a fighter (Obrigada por fazer de mim uma lutadora)
Made me learn a little bit faster (fez-me aprender mais rapidamente)
Made my skin a little bit thicker (fez de minha pele mais grossa)
Makes me that much smarter (faça-me mais esperta)
So thanks for making me a fighter (Obrigada por fazer de mim uma lutadora)

Linda a utilização desse organismo na construção simbólica do desenlace. Da fragilidade à potencialidade. Imagine sua vida dessa mesma forma. Procure as amarras, estilhasse o vidro e liberte-se. Para uma nova vida, isso com certeza.
O vídeo pode ser visto no link que segue:

http://www.youtube.com/watch?v=xB7pQpNx-F4&feature=related

Ou veja por aqui mesmo, clicando no box abaixo:

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ecologia do Rio Paraná

Na porção do estado do Paraná separada do estado do Mato Grosso do Sul encontramos um dos maiores rios em extensão nessa porção da América Latina: o rio Paraná (figura 1). Seguindo o curso do rio vamos encontrar no lado paranaense as cidades de Porto Rico e São Pedro, onde concentraremos os dados aqui informados. Nessa região encontramos uma ampla área utilizada por fazendeiros e ribeirinhos, mas que constitui uma Área de Preservação Ambiental (APA), onde existem grandes divergências pelo domínio da terra e conservação da biodiversidade.
Uma planície alagável é uma região onde o regime de cheias do rio, provocado pelas chuvas que aumentam o nível da água do corpo d'-água e os limites do período de seca na planície, geralmente ocupado por gramíneas e pequenos arbustos, e essa água toda extravasa para as margens e toda a planície fica coberta por alguns meses, até que as águas baixem e a vegetação ocupe novamente essa região.
No alto rio Paraná identificamos em um corte do terreno alguns limites originados em tempos geológicos anteriores, devido a deposição de sedimentos sobre o arenito (Arenito Caiuá). O movimento de intrusão do rio se dá no sentido MS-PR, ou seja, o mesmo movimento de deposição de materiais no passado continua a ocorrer no presente, ocorrendo um desgaste do paredão no lado paranaense e uma lixiviação desse material que se deposita na outra margem do rio. Se observa que ao longo dos últimos dez anos de pesquisa, os degraus existentes no curso do rio vem se mostrando de profundidades menores a cada amostragem e mensuração refeitas. Ao longo de alguns milhões de anos, o rio terá uma nova região de intrusão, cada vez mais para o interior do Paraná.
Esse movimento das águas é importantíssimo para a biodiversidade local e a renovação da biota ali existente. O subir e descer das águas determina a morte da vegetação e a migração das populações terrestres da área de várzea (que fica debaixo da água na cheia), garante a sobrevivência de grande número de espécies de peixes que desovam nesse período nas lagoas isoladas nas temporadas de águas baixas, que são unidas ao rio do período de cheiase a fertilidade do solo das margens da planície, composta por gramíneas, principalmente, sem grande quantidade de biomassa disponível para aumento da quantidade de matéria orgânica para formação de húmus.

Perfil do terreno e da vegetação da região

Na figura 2, observamos um corte transversal do terreno no sentido MS-PR. As áreas numeradas indicam o escalonamento existente no perfil, com as partes mais altas na periferia do lado matogrossense, na formação Taquaruçu, e no lado paranaense, onde o arenito Caiuá se deposita sobre o basalto. Em 1 predominam as formas arbóreas de palmeiras, que não formam um dossel contínuo. Encontramos principalmente (mas observe que nem todas as formas vegetativas aqui citadas sao palmeiras, dada a diversidade local) a embaúba, ingás e tucuns (palmeira espinhenta), estas últimas em campos abertos, formando touceiras.
Mais abaixo (em 2) predominam árvores intermediárias, de porte não menos vigoroso, mas que tendem a se aproximar das espécies com adaptações para o alagamento. Já em 3, na planície alagável, predominam as gramíneas e pequenos arbustos, geralmente Cyperaceae, pioneiras de colonização. Este último estrato é denominado ripário (todo tipo de forma vegetativa floral que se estabelece em torno de corpos d'-água). Outro tipo de vegetação ripária é a mata ciliar, que nesse ambiente tem como principais representantes a embaúba, adaptada à elevação do nível da água, os ingás, o amarelinho (estes dois últimos Leguminoseae), lianas, que são muito freqüentes em ambientes alagáveis ou perturbados, e epífitas, principalmente as do grupo das bromélias. Aparecem limoeiros e mangueiras, espécies introduzidas na passagem dos jesuítas pela região.
A porção 4 é o rio Paraná. Sua extensão é cortada por ilhas, o que o faz um rio anastomosado tendendo a entrelaçado. São observadas manchas de macrófitas (plantas aquáticas) de diversas espécies e com diferentes adaptações: Cabomba, completamente submersa, Hydrilla, uma espécie asiática introduzida, Eichhornia, os conhecidos aguapés, Nymphaea, Salvinia, esta última completamente flutuante, com uma pequena porção de suas folhas modificadas para a retirada de nutrientes minerais da água.
Do lado paranaense, aparece a formação Caiuá. Se no Mato Grosso do Sul o predomínio vegetativo é da floresta semidecidual aluvial, com adaptações para a cheia do rio Paraná sobre a formaçaõ Caiuá no Paraná predomina a floresta estacional semidecidual, com árvores mais baixas em relação às demais existentes na periferia da formação. Formam um dossel espesso e a vegetação é bastante umbrófila, dada a dificuldade de penetração dos raios solares através do dossel. Perobas, ingas, genipapos, formigueiros, mirtáceas, rubiáceas, leguminosas são espécies tipo encontradas. As figueiras alcançam o alto do dossel, e suas raízes tabulares formam um entrelaçado que dá a impressão de serem um único indivíduo reproduzido por rizomas.

A fauna da planície

Para quem se detém a observar os sons da mata vai perceber que os animais nela existentes são em número muito grande. Comecemos pelos habitantes das águas do rio Paraná, que habitam desde a profundidade do rio por toda sua extensão, até as lagoas que formam os corpos d´-água no interior das ilhas, ou ladeando os diques marginais, onde a floresta é abundante. Comunidades tem proteção, abrigo e alimentos oferecidos pelo emaranhado de macráfitas que ocupam o rio, formando manchas, e criando um ambiente ideal para a sobrevivência dos peixes. Agostinho et al (2004) apontam a existência de 176 espécies registradas de peixes, dos quais se destacam curimbas, dourados, pintados, piracanjuba, 2 espécies de piranhas, piau.
Diversas espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos são divisados na mata. Encontram-se 58 famílias de pássaros, 60 espécies de vertebrados, estes últimos categorizados em 25 famílias, uma série de nematóides, gastrópodes e ostrácodas. Nos afluentes do Paraná, como no rio Baía, com suas águas negras, espécies de raias de água doce podem ser vistas em banhos de sol, enquanto se navega em direcao ao MS. Já na mata, são registrados o aparecimento de onças, cachorros-do-mato, tapires, veados mateiros e os conhecidos porcos-do-mato, que atacam sempre em bandos.

O rio Paraná

O rio Paraná tem uma extensão de aproximadamente 4000 Km (a literatura fala em 3998 Km). É o nono rio em extensão mundial, muito próximo de rios como o Mississipi, na América do Norte, e o Ganges, asiático. Em sua foz são liberados aproximadamente 16.000 m³ a cada segundo. Se considerarmos que uma pessoa leve 5 segundos para um reflexo respiratório total (inspiração e expiração), a cada vez que essa pessoa respira, 800.000 litros de água são liberados pelo rio Paraná. O pôr-do-sol na cidade de Porto Rico leva quase cinco minutos para ocorrer totalmente (o sol leva 5 minutos para desaparecer no horizonte, quando já está baixo). Se você estiver parado em frente ao rio para observar esse fenômeno belíssimo oferecido pela gratuidade da natureza, provavelmente terão passado por você 48 milhões de litros de água, que chegarão ao oceano Atlântico na desembocadura na Argentina, muito além do Uruguai.
De área navegável temos aproximadamente 1.740 km (43,52%). A totalidade da extensão está impedida por barragens, como a de Porto Primavera, no estado de SP, e Itaipu, no PR. A pesca ocorre em diversas localidades, e o lazer é ofertado por diversas empresas que prestam serviço de canoagem, turismo e mergulho.

Os impactos ambientais

De longe as construções de barragens são o maior causador de degradação para essa região. Esses reservatórios impedem que a vazão natural seja mantida, diminuindo seu fluxo em até 70% [para qualquer curso d´-água, segundo Tundisi, (2003)]. As chamadas escadas de peixes são um segundo obstáculo, acoplado às barragens, criadas para que os peixes migradores possam subir sem atravessar a barragem pelo centro e possam desovar nas lagoas ao longo do curso dos rios; isso nem sempre acontece. Com o impedimento da vazão natural, as cheias que promovem a renovação da biodiversidade e a reprodução de várias espécies não ocorre de forma natural. Os reservatórios podem ter as comportas fechadas se o nível da água estiver baixo e serem abertas se os níveis forem altos. Para os peixes migradores, que acompanham a correnteza rio acima, e que desovam nas lagoas, muitas vezes essa mudança nos níveis das águas impedem a desova, ou o desenvolvimento da prole, ou mesmo seu retorno (como o dos pais) rio abaixo. A mortalidade é muito alta nesses casos.
As áreas utilizadas no cultivo e para pastagens são um terceiro fator de impacto. A mata é muitas vezes dizimada para a abertura de campos de pastagens, o uso de fertilizantes e pesticidas acaba por poluir as águas e contribui com a morte de diversas espécies de peixes e com o processo de eutrofização, pelo aumento da quantidade de matéria orgânica disponível para as macrófitas. Com a dificuldade de penetração da luz solar no corpo d´-agua, a fotossíntese nas plantas submersas se torna improvável, os peixes e organismos aquáticos não têm de onde obter oxigênio e acabam morrendo.
Como as áreas de campos no primeiro domínio da planície é coberto por gramíneas e pequenos arbustos, e como as demais áreas são cobertas por vegetação espessa, não é raro a ocorrência de queimadas devidas a diversos fatores. No período de vazante do rio, em que as cheias já regrediram e o nível do rio permanece por vários meses baixo, não há limitantes na contenção de qualquer rastro de fogo que se alastre por pequena parcela da vegetação. Os estragos são sempre muito grandes.

É nosso, então vamos cuidar

Já parou para pensar em como você perde horas cuidando do que é seu? A natureza é uma parte dessa ecologia. A ecologia que vem da "casa" grega, uma casa que inspira cuidados e proteção para se manter para as gerações que virão. Cuide do que é seu!

Referências

AGOSTINHO, A. A; THOMAZ, S. M.; GOMES, L. C. Threats for biodiversity in the floodplain of the Upper Paraná River: effects of hydrological regulation by dams. Ecohydrol and Hydrobiol v. 4, n. 3, 267-280, 2004

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. Sao Carlos: RiMa, IIE, 2003.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Depois da tempestade, a bonança!


Nessa manhã de 23-04-2008, gotas marejavam as folhas das plantas (foto), o chão, o teto e vidro dos carros, o telhado das casas. orvalho, o nome desse fenômeno, e é lindo de se ver.
Em Maringá, na última segunda-feira, uma chuva de granizo na cidade levou a população ao delírio e ao desgosto. Embora o espetáculo seja belo, os resultados de sua passagem podem ser terríveis. E foram, de fato. Ruas e casas ainda mostram os estragos causados pela tempestade.
O orvalho ocorre quando a umidade (que tem de estar bastante alta, com o ar saturado de água) se condensa (assim como nas nuvens) quando em contato com superfícies frias. Isso forma gotas, que podem ser pequenas ou grandes, dependendo da quantidade de água que estava no ar.
Esse orvalho, diferentemente do granizo, só é prejudicial quando a superfície, de tão fria, congela as gotas, dando origem ao fenômeno da geada, que é um capítulo a parte.
Espetáculo bonito, o nascer do sol dá tons ainda mais vigorosos, iluminando as gotas que se desprendem e molham o chão. Vislumbre você também.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Cuidado com as medidas

Anunciada essa semana a liberação de medicamento (Rimonabanto®) para redução de gorduras, principalmente as abdominais, e já começam as generalizações que deixam a cabeça das pessoas confusas. O anúncio foi dado no domingo, em rede nacional em TV aberta, durante programa de reportagens, mas algumas considerações merecem destaque.
Algumas regiões do corpo desempenham função importante para a manutenção de sistemas fisiológicos integrados. A função reprodutiva, por exemplo, e entendamos reprodutiva como o fato de a pessoa ter condições de produzir gametas ( espermatozóides ou óvulos ) viáveis, capazes de gerar um novo ser, ou seja, nada tem que ver com a virilidade (que é o fato de a pessoa se estimular para a atividade sexual - ereção peniana ou lubrificação vaginal).
O tecido adiposo é um dos tecidos responsáveis por essa capacidade reprodutiva (não-sexual). Certas porções são responsáveis por permitir a produção dos gametas. Acontece que em excesso, esse mesmo tecido deixa de ser importante e passa a ser prejudicial, indicando que algo não vai bem no organismo. Até aí a reportagem foi boa. Mas a partir daí começam os entraves: como cada pessoa tem um metabolismo diferente, responde a variações corporais de maneira diferente também. As medidas para homens e mulheres anunciadas eram de 80 cm para mulheres e 90 cm para homens. Contudo isso não se aplica. Essas medidas vão variar com o aspecto de acúmulo de gorduras daquele organismo em particular; assim, haverá pessoas com 70 cm de circunferência abdominal - esse é o nome dessa medida - que mesmo sendo homem, estará com excesso característico de gorduras, embora não esteja enquadrado nas medidas gerais citadas na reportagem. Disso vão depender seu peso e sua altura, seu porte ósseo, seu metabolismo energético, entre tantos fatores.
Vamos agora ao medicamento: apresentado como responsável por ação no cérebro, em região de controle da fome, e no tecido adiposo diretamente, o remédio promete o milagre desejado por muitos. Acontece que centro de controle da fome no cérebro é uma região muito rica em várias funções, aumentando ou diminuindo o apetite de acordo com respostas vindas do estômago, do tecido adiposo, do intestino, e do momento de atividade física moderado ou intenso. São várias regiões que respondem diferentemente de acordo com o estímulo recebido, e para cada região, um estímulo e uma resposta. Acontece que acostumar estas regiões aos estímulos que deveriam estar recebendo mas não estão sendo de fato proporcionados (saciedade sem ter alimento no estômago, por exemplo), pode levar a problemas futuros implicados no fato de estimular em demasia essas regiões. Portanto, cuidado! Melhor mesmo é uma dieta equilibrada e exercícios físicos moderados, que demoram a dar resultados, mas que surpreendem para uma vida toda.
E se gordura causa impotência? Aí entramos na questão sexual (ereção e lubrificação dos órgãos genitais). Os estudos mostram que sim. Os hormônios sexuais (estrógenos, progesterona e testosterona são derivados do colesterol, que fica muito alterado em pessoas com grande massa de gordura. isso pode levar a uma deficiência na produção desses hormônios, pois em nosso organismo, os excessos são tratados com resistência: esse conceito é um pouco difícil, mas vou defini-lo assim - quando qualquer substância, mesmo as produzidas pelo próprio organismo são excessivas, o organismo cria um bloqueio a essa substância para não se prejudicar (pense numa mangueira soltando água em sua boca e você não pode engolir a água toda que sai por ela; chega uma hora que ou você abre a boca e deixa a água sair, ou você vai estufar as bochechas até que elas se rasguem). Essas substâncias então deixam de ser ben~eficas e se tornam prejudiciais, e não mais cumprem com suas funções, pois o organismo se defende delas. Logo, a função sexual vai ficar prejudicada.
Não acredite em tudo que você ouve, lembre-se sempre. Questione-se e reaja com críticas. Duvide e explore o melhor da ciência. eu ajudo a levantar os questionamentos, você faz a sua parte.

Chuva de granizo

Na última segunda feira, feriado de Tiradentes (21-04-2008), aqui na cidade de Maringá, um fenômeno climatológico deixou a população em situação bastante difícil: chuva de granizo. Muitas casas foram destelhadas e a defesa civil montou potos para entrega de lona para cobrir as casas, com ajuda vinda inclusive da região metropolitana de Londrina.
O granizo ocorre quando uma frente fria chega muito rápido e as gotas em suspensão na atmosferam não apenas condesnsam, mas congelam. O tamanho das "pedras" depende da temperatura da frente fria. Quanto mais fria a frente, maiores as quantidades de gotas que se congelam, e maiores os aglomerados, que descem com grande força e "arrasam quarteirões".
Em Maringá, as ruas foram tomadas pelas folhas e galhos arrancados com a força das batidas do gelo nas árvores. As ruas ficaram perigosas para a passagem dos carros, o gelo se acumulou em várias partes e muitos estabelecimentos comerciais foram danificados. Os telejornais mostraram na íntegra o abalo provocado, já que por força disso, a Corrida Tiradentes, conhecida em todo o Brasil por conta da participação de muitos corredores importantes, como o premiado Vanderlei Cordeiro de Lima, 39 (que participou de edições anteriores da prova, mas não se inscreveu no ano de 2008), não ocorreu.
As fotos abaixo foram tiradas na Universidade Estadual de Maringá, com uma câmera de celular. Vejam que o espetáculo é até belo, antes de se tornar assombroso.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ciências Integradas

Muitas pessoas desconhecem as várias áreas diferentes em que certos profissionais podem atuar. Isso se deve ao fato de que as áreas não estão restritas dentro de limites "seletivos", somente está subjugada a limites críticos, que determinam a força que a profissão tem em diferentes vertentes do mercado de trabalho.
Como exemplo vou usar o caso da profissão que eu exerço. Sou biólogo. Um biólogo popularmente se torna conhecido pelo sentido de conservação da vida e pela crítica que reflete sobre os meios de produção e consumo contemporâneos. Sempre que se fala em aquecimento global e espécies em (via de) extinção, somos logo afamados: os ecochatos.
Porém o trabalho sugerido pelo radical grego (bio=vida; logos=discurso, estudo) de cerceamento da vida (esse envolvimento da profissão biólogo com a vida em suas mais diversas formas) não se restringe ao fato de dar nome aos seres (não me perguntem o nome de uma árvore qualquer de uma rua qualquer que eu certamente não vou saber dizer o nome daquela espécie; o mesmo para qualquer animal nas ruas), nem ao trabalho com microrganismos e conservação de ambientes. Um biólogo é mais que um desbravador de matas e semeador de placas de Petri (um dos materiais usados em laboratório).
Você que tem acompanhado o caso Isabella, de SP, certamente leu ou ouviu que foram encontradas gotas de sangue pelo apartamento onde residiam as pessoas envolvidas com o crime. Esse material foi recolhido e levado para análise, para saber de quem era aquele sangue (?). Pois bem, esse trabalho faz parte dos atributos da profissão do biólogo. Toda a cariotipagem é feita por um geneticista, que agrupa e relaciona os genes da amostra de sangue com os da vítima, dos parentes, genes de terceiros. Nesse caso temos o desenrolar de uma técnica chamada de DNA forense, de foro = ligado a lei.
Caso houvessem sido encontrados sementes, folhas, restos de capim, qualquer resquício de vegetais, outra área de atuação do biólogo seria recrutada certamente: a botânica forense. Já se fossem pêlos de animais, restos de unhas, cascos, vestígios de animais, a área seria a zoologia forense. Se insetos, entomologia forense. Enfim, um sem-número de atividades registradas e pertinentes ao trabalho do biólogo.
Certamente que isso abre um leque para que você reflita sobre sua própria profissão. Você trabalha com ciência, está envolvido com pesquisas, ou com áreas relacionadas? Pesquise. Busque saber até onde sua profissão pode ser mais do que as pessoas imaginam. De repente você descobre que pode ter um mundo de oportunidades a sua frente, aproveite!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Novidade no tratamento para diabéticos


Para você que é diabético tipo 2, a Universidade de Brasília estuda as propriedades de uma planta (do gênero Bauhinia), conhecida popularmente como pata-de-vaca, pelo formato de suas folhas (ver foto ao lado).
A pesquisa realizada na UnB mostra que certas substâncias que a planta é capaz de produzir se ligam no núcleo das células B pancreáticas e auxiliam na síntese e liberação da insulina, o hormônio responsável pela manutenção dos níveis de "açúcares" no sangue.
É importante frisar alguns pontos: essa pesquisa foi divulgada hoje em TV aberta, em jornal diário das 13h15min. Não significa, porém, que qualquer pessoa com diabetes deve deixar de tomar seus medicamentos, esses prescritos pelos médicos, por conta de alívios nos níveis de glicose sangüínea. Além de não deixar os remédios de lado, cautela é sempre importante: seu organismo não estava acostumado a essas substâncias em grandes quantidades, pedindo o bom-senso que sejam tomadas quantidades pequenas para adaptação do próprio sistema funcional do corpo à nova condição homeopática.
E diabéticos tipo 1 ATENÇÃO!!!! Para você que é diabético do tipo 1, insulino dependente, essa planta não vai servir de nada. Ela só é válida para aquelas pessoas que ainda conseguem sintetizar alguma insulina nas células pancreáticas, o que não ocorre com os diabéticos tipo 1, cujo sistema imunológico se encarrega de destruir esse tecido produtor do hormônio. Como a pata de vaca é uma uxiliar no tratamento, intensificando a produção de insulina e não fazendo o "milagre" da sua síntese por uma célula morta, não se engane. De nada adianta você se aventurar, pois será um fracaso (na certa)!
As pesquisas provavelmente devem mostrar a eficiência dessa planta no tratamento dessa síndrome. Vamos acompanhar.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Câncer e seus (des)caminhos

Ainda não se pode dizer ao certo quais sejam os caminhos que levam ao desenvolvimento de um tumor. Sabemos, por exemplo, que há muito de genético no processo de aparecimento de um tumor, mas fatores ambientais como estilo de vida e alimentação podem, e certamente estão, envolvidos.
Na publicação dessa semana da Nature encontra-se uma matéria sobre três diferentes pesquisas desenvolvidas por grupos de cientistas que buscam identificar as causas do surgimento de cânceres em humanos. Vale a pensa conferir:


sábado, 29 de março de 2008

Deixar de jantar não é a solução para quem quer emagrecer

Você tem feito diversas dietas e não tem encontrado resultados? Emagrece dez quilos rapidinho e engorda doze mais rápido do que perdeu? Pode ser que você não esteja regulando de forma adequada a sua alimentação. Nem sempre deixando de comer fará com que você emagreça aqueles quilos que não deixam sua calça entrar.
Nosso corpo aprendeu ao longo da história de evolução que deu origem ao homem que certos mecanismos deveriam ser aprendidos e utilizados constantemente. O planeta no qual vivemos passa por períodos de grandes mudanças desde os bilhões de anos em que se formou até os dias atuais. Nesse intervalo de tempo tão longo, períodos de muito calor foram interrompidos por períodos de extremo frio, ao ponto de o planeta ficar sbmerso em geleiras por longos anos.
Durante os períodos frios (um deles em época contemporânea aos ancestrais mais próximos do ano, que ficou conhecida como a última glaciação) os homens se abrigavam em cavernas e locais seguros onde pudesse esperar que o inverno passasse e o calor retornasse. Nesse momento, alimentos eram muito raros ou inexistentes, e a fome produziu alterações em níveis genéticos que dotaram os homens de capacidade de estocar grande quantidade de energia em momentos de farta refeição, que seria utilizada quando o alimento fosse escasso.
Em níveis moleculares, desenvolveram-se sistemas de genes chamados de genes poupadores, cuja atividade levava a esse estoque de energia que manteria o corpo vivo quando o alimento faltasse. Esses genes, no homem moderno, permanecem em latência até que sejam necessários. Quando estimulados e ativados, sua função é fazer com que o corpo armazene, mesmo em refeições muito pequenas, o máximo de nutrientes que seja possível armazenar.
Em condições normais de alimentação, nosso organismo é estimulado desde o momento em que vemos, sentimos, ouvimos comentários, ou sentimos fome. Esse indício de que é hora de se alimentar leva a uma estimulação do sistema nervoso central (SNC) que libera uma série de hormônios que preparam o organismo como uma unidade única para receber o alimento que será ingerido. é como se fosse um sistema de comandos: fome, hora de comer, liberar hormônios e enzimas.
Quando o alimento atinge o trato digestório, novas respostas fazem com que haja digestão, armazenamento e eleiminação dos resíduos. O alimento no trato digestório é o sinal para que o organismo se sinta saciado e pare de comer até que novos estúmulos e sensação de fome indiquem novo período para alimentação.

Quando os estímulos iniciais indicam que é chegada a hora de se alimentar, mas o alimento não é ingerido, como no caso de dietas onde a pessoa não janta, ou para aquelas pessoas que não tomam café da manhã, surge um problema: o corpo se preparou todo para receber o alimento, mas esse não foi dado ao trato digestório. Isso estimula uma nova via que ativa os genes poupadores que estavam latentes, esperando calados sua hora de entrar em ação.
uma vez ativados, esses genes vão fazer com que o corpo armazene toda e qualquer energia que seja possível armazenar. Dessa forma, qualquer alimento se torna combustível em pequenas quantidades imediatas, e o que for útil e energético (como açúcares, gorduras, aminoácidos) serão guardados na forma de gordura nas células adiposas

quarta-feira, 26 de março de 2008

Homofobia


Não sou dado a freqüentar bares e boates gls, tenho amigos homossexuais, mas certamente não vão me ver em extravagâncias com esses amigos. Eu os adoro, acima de tudo, e isso por que eles são pessoas como qualquer outra, como você ou eu, como o pai da criança que passa pela rua quando você olha pela janela, ou aquele que você encontra na praça, o artista do teatro, o mendigo deitado na calçada.
Eu defendo a vida na condição de biólogo que tenho, e a vida se faz na semelhança e na diferença.
Eu defendo os direitos humanos, pois não é no sofrimento que o homem se faz homem, mas no seu sentido de reflexão e progresso. E se falarmos em progresso intelectual, certamente somos privilegiados. Mas o que dizer do progresso social?
Ser ser humano é fantástico, e resguardados os contratempos a que a própria natureza nos submete, é bom ser diferente, pois nos faz crescer em tantos aspectos e sentidos que jamais uma pessoa é a mesma ao conviver com o não-linear.
Homofobia é crime (o cartaz ao lado eu recebi por e-mail, enviado por uma amiga). E crime grave, contra o direito do ser humano de apenas ser. Leia o artigo quinto da Constituição de 88. Certamente você verá que há quem defenda a igualdade de direitos, em detrimento do preconceito e da falta de altruísmo.
Felicidade aos iguais e também aos diferentes!

Rio em crise (com a dengue) - E a culpa é de quem, afinal?

O Rio de Janeiro está um caos, pelo que noticiam os meios de comunicação. Não é para menos: mais de 200 pessoas são infectadas por dia e não são boas as perspectivas. As pessoas já têm de ser atendidas nas ruas, porque os hospitais estão superlotados.
A dengue é uma doença já nossa velha conhecida. Mas de uns anos para cá, nessa época em que o calor intenso traz chuvas torrenciais em muitas regiões brasileiras, os mosquitos que levam as doenças até as pessoas se reproduzem bastante rápido, e a doença se espalha com força e implacabilidade.
Os mosquitos veiculadores (aqueles que levam a doença) se reproduzem em águas paradas e limpas. Duas considerações aqui: primeiro que veicular uma doença não significa que ele seja o responsável imediato por ela, nenhum mosquito nasce com essa doença em suas glândulas salivares, mas a adquiremao picar uma pessoa que já tem a doença (como a primeira pessoa pegou dengue é uma outra história, o fato é que a partir do momento em que uma pessoa "pegou" a doença e um mosquito a picou, outra pessoa picada pelo mesmo mosquito foi infectada, e assim o dengue se espalha); o segundo ponto é que água limpa não é necessariamente a água transparente e sem sujeira que você põe no copo e usa para beber, para fazer sua comida, lavar sua roupa, tomar banho, e (santo deus!) para lavar seu carro. Água limpa é aquela que não contém produtos químicos dissolvidos, ou seja, água com barro, água com folhas, água com insetos mortos não são consideradas pelos mosquitos como águas sujas, pois se nesses locais houverem ovos, não serão mortos pelo barro, pelas folhas, ou pelo insetos que já morreram.
É hora de o poder público fazer alguma coisa no Rio e em todo o Brasil e países vizinhos. Mas só poder público não representa nada quando o assunto é o descuido da população para com a sujeira de seus quintais, para com a desordem que nem sempre assumem. Você já olhou se o seu tanque tem vazamentos? Já tirou o lixo do terreno baldio ao lado da sua casa? Já procurou no seu quintal todos os brinquedos que têm tomado chuva e servem de criadouros, aqueles que seus filhos argam espalhados por aí? E quando tem churrasco, tudo fica bem limpinho, não sobra nenhuma tampinha escondida bem ali, num cantinho qualquer perto do muro? Não adianta dizer que você faz a sua parte, essa ladainha eu já cansei de ouvir. Agora é hora de começar a cobrar de todos que a parte que não foi feita pelo outro pode fazer com que você adoeça. Bata palmas na casa do seu vizinho, diga que foi tomar um café e converse com ele, olha só! Uma ótima oportunidade para fortalecer uma amizade e ainda ensinar tudo sobre a doença e fazer com que ele também deixe a casa sempre limpa e livre de perigo.
E para aqueles que acham muito absurdo, minha VERGONHA de ter de dizer que isso é ser HUMANO, pois não é assim, não somos seres superiores? Pois é, tem um bichinho com menos de um centímetro mostrando que está mais preparado para enfrentar o mundo.
Pra fechar essa postagem uma questão de língua portuguesa que muito me intriga: se dengue é uma palavra masculina, porque todas as pessoas a utilizam como um vocábulo feminino? Não é uma brincadeira que estou fazendo, é que se deve dizer O dengue e não A dengue. Eu não entendo....

domingo, 23 de março de 2008

Entenda a Páscoa

nem todas as religões celebram as comemorações do período pascoal. Pela igreja católica, período pascal. Isso diz respeito a essa comemoração ter relações intricadas nos dias atuais com a morte de jesus Cristo. No entanto, algumas considerações merecem atenção.

No ano 1 do calendário gregoriano, marcado pelo nascimento de Cristo, a Páscoa já era celebrada. Mesmo jesus comemorou a Páscoa antes de sua morte. isso está na bíblia, qualquer pessoa pode ler.

Páscoa tem um significado abrangente. Vem do hebraico e quer dizer passagem. Esse significado remonta a toda a história hebraica marcada pela libertação do povo judeu, desde os primórdios de sua organização. Exemplo disso está também na bíblia, na libertação por moisés do povo escravizado no Egito.

Mas os símbolos pascais tem uma outra relação, bem mais pagã. Os nomes ingleses, como Easter, que marcam o período na inglaterra, vem da deusa Ishtar, da fertilidade. Portanto, os ovos, como símbolo de fertilidade, embora tenham muitas origens, persistem como representantes das festas familiares nos dias atuais. O hábito de trocar os ovos surgiu na França.

por todo o mundo existem comemorações que refletem a Páscoa. para quem quiser se aprofundar, no wikipédia tem um conteúdo bem diversificado e links muito interessantes. Acessem e leiam

http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa

sábado, 22 de março de 2008

Culturas diversas

Fiquei impressionado com a adaptação feita para o cinema de O Caçador de Pipas. Embora muitos detalhes tenham ficado esquecidos (infelizmente em hora e meia não se contemplam as tantas páginas do livro, muito rico em descrições), o filme retrata tudo o que não se pode ver sobre a cultura afegã. Para aqueles que se interessam por mundos diferentes daqueles aos quais estamos acostumados todos os dias, é um excelente programa.
Aproveite para refletir sobre as realidades também. A submissão feminina, a guerra, a dor, a culpa. Os temas são vários. Veja que existe vida além das paredes de sua sala, essa em que você assiste ao BBB. E essa vida é bem mais excitante que as cenas estereotipadas que se vê nas telas da TV aberta brasileira.

Para você que se interessou em saber, nos links abaixo tem um pouco de história pra você refletir. E não deixem de ler o livro e assistir ao filme. Muito bons.

Links importantes para a história afegã. Saiba mais:

http://www.revistaautor.com/index.php?option=com_content&task=view&id=122&Itemid=1
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=780&Itemid=64

quinta-feira, 20 de março de 2008

Você está se preocupando com a coisa certa?

Recebi um e-mail hoje bem engraçadinho... para não dizer preocupante. Ele todo eu não vou reproduzir por não vir ao caso, mas a figura que coloco abaixo pode servir como um alerta, para você pai, irmão, professor, vizinho. Você está ocupado com seu próprio umbigo, ou o mundo bem pertinho de você faz parte de sua observação? Se você tem se preocupado com o mundo, parabéns, desconsidere essa postagem ou indique-a para quem você acha que não esteja fazendo o mesmo que você. Caso contrário aproveite essa Páscoa para mudar sua visão sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre a realidade.


terça-feira, 18 de março de 2008

Nova especulação para a teoria da evolução

Divulgada essa semana nos Estados Unidos uma nova teoria em que ao que tudo indica a evolução leva os organismos a especializações complexas e não a simples adaptações orgânicas nos indivíduos.

O estudo foi publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo foi realizado com fósseis de crustáceos bastante antigos (datados em 550 milhões de anos). A partir da análise destes fósseis, os pesquisadores chegaram à conclusão que de sua estrutura muito simples derivaram adaptações que se complexaram, isto é, se tornaram mais sofisticadas com o tempo.

Na folha online é possível ler a notícia acima também. Na reportagem dos correspondentes de Washington, nos EUA, pode-se ler:


"Um animal cujo organismo é o mais simples possível não pode evoluir senão em uma direção mais complexa", explica Matthew Wills, biólogo da Universidade de Bath, no Reino Unido, um dos autores do estudo.



Abaixo o resumo do estudo publicado. As dúvidas a gente tira aqui no blog, ou no envio de perguntas.

Imagem do Centro de Maringá: cidade planejada?

A foto abaixo, meio desconfigurada por ter sido tirada de uma aparelho celular, é uma imagem do centro da cidade de Maringá, o Novo Centro, como é chamado. Esse entulho todo é uma parte de um terreno utilizado como estacionamento para pessoas que se locomovem entre os centros comerciais da avenida Pe. João Paulino Vieira Filho.

O terreno está entre uma das faculdades da cidade e um dos centros comerciais. Atravessando a avenida, temos um início de obras para mais um edifício, à esquerda, em direção ao Corpo de Bombeiros. à direita, um centro comercial recém-inaugurado, onde funcionam imobiliárias e cursinhos, e ao lado, outro centro comercial, o único prédio da quadra até meados do ano passado. Mais alguns passos e alcança-se a avenida Duque de Caxias, que dá acesso a pontos comerciais importantes, que nessa altura está próximo ao terminal.

São latas, garrafas, restos de cigarro, papéis, entre tantos outros materiais que as pessoas jogam por ali. Atrás, no espaço limpo que não mostro na foto, param-se carros. E ao lado estuda-se. Visão universitária: o lixo não vai sair desse lado do terreno sozinho. As sacolas plásticas vão levar dois séculos até se degradarem, provavelmente não estaremos vivos nessa época, nenhum ser humano dura tanto. As garrafas de vidro vão conhecer outros que não nossos bisnetos, dou certeza, pois perdurarão bastante. Sobre os cigarros, leia coluna anterior (Fumantes e porcalhões, 13-03-2008).

E onde está o planejamento todo da cidade? Ou esse lixo todo foi planejado também? E mais: posso chamar ironicamente de otimização do espaço?

Pelo dicionário(1), otimizar: adequar a uma realidade; dar suporte.


1. CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etmológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2ª ed. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1986.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pegada Ecológica

Você já parou para pensar em quanta terra desse planeta é necessário para comportar todo o lixo produzido pelo homem? Pois existem estudos ecológicos que indicam o quanto de chão é necessário para suprir toda a onda de devastação e consumo mundiais atuais.
O estudo é denominado "pegada ecológica". Muito sobre o assunto pode ser encontrado na internet, mas os melhores debates ainda são em inglês, sob o título footprint, que seria o equivalente à pegada ecológica.
Nesses estudos, revelou-se que para comportar todo esse nível de consumo mundial e manter essa estrutura na qual vivemos hoje, é preciso mais 3,8 planetas iguais ao nosso. Isso mesmo... precisamos morar em quase 5 planetas para podermos ter este estilo de vida. Esse resultado diz respeito à quantidade de água utilizada, as áreas utilizadas para a agricultura, níveis de produtos extraídos da natureza, desmatamentos, crescimento das cidades, número de veículos etc, etc. Vá somando tudo isso com o fato de que os recursos se renovam de forma mais lenta que a produção de qualquer objeto de consumo, e não é possível gerar muitos deles em laboratório. Petróleo, por exemplo. Quem consegue produzir petróleo em laboratório? Ele é o resultado da decomposição de animais que viveram a muitos milhares de anos, e que hoje já se extinguiram. Levaria muito tempo até se ter petróleo sintético. Mas o uso de derivados do petróleo é muito intenso e precisa grande tecnologia para sua extração e refinamento.
Guerra nas estrelas. Talvez estejamos distante de sequer conhecer outros planetas habitados, pois nesse ritmo, a Terra não vai suportar muito tempo. E mesmo que suporte, os recursos serão suficientes apenas para a sobrevivência, e não para os excessos da extravagância humana.
Abaixo um link que traz mais informações sobre o assunto. As dúvidas eu retiro aqui.

http://www.footprintnetwork.org/index.php