quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ciências Integradas

Muitas pessoas desconhecem as várias áreas diferentes em que certos profissionais podem atuar. Isso se deve ao fato de que as áreas não estão restritas dentro de limites "seletivos", somente está subjugada a limites críticos, que determinam a força que a profissão tem em diferentes vertentes do mercado de trabalho.
Como exemplo vou usar o caso da profissão que eu exerço. Sou biólogo. Um biólogo popularmente se torna conhecido pelo sentido de conservação da vida e pela crítica que reflete sobre os meios de produção e consumo contemporâneos. Sempre que se fala em aquecimento global e espécies em (via de) extinção, somos logo afamados: os ecochatos.
Porém o trabalho sugerido pelo radical grego (bio=vida; logos=discurso, estudo) de cerceamento da vida (esse envolvimento da profissão biólogo com a vida em suas mais diversas formas) não se restringe ao fato de dar nome aos seres (não me perguntem o nome de uma árvore qualquer de uma rua qualquer que eu certamente não vou saber dizer o nome daquela espécie; o mesmo para qualquer animal nas ruas), nem ao trabalho com microrganismos e conservação de ambientes. Um biólogo é mais que um desbravador de matas e semeador de placas de Petri (um dos materiais usados em laboratório).
Você que tem acompanhado o caso Isabella, de SP, certamente leu ou ouviu que foram encontradas gotas de sangue pelo apartamento onde residiam as pessoas envolvidas com o crime. Esse material foi recolhido e levado para análise, para saber de quem era aquele sangue (?). Pois bem, esse trabalho faz parte dos atributos da profissão do biólogo. Toda a cariotipagem é feita por um geneticista, que agrupa e relaciona os genes da amostra de sangue com os da vítima, dos parentes, genes de terceiros. Nesse caso temos o desenrolar de uma técnica chamada de DNA forense, de foro = ligado a lei.
Caso houvessem sido encontrados sementes, folhas, restos de capim, qualquer resquício de vegetais, outra área de atuação do biólogo seria recrutada certamente: a botânica forense. Já se fossem pêlos de animais, restos de unhas, cascos, vestígios de animais, a área seria a zoologia forense. Se insetos, entomologia forense. Enfim, um sem-número de atividades registradas e pertinentes ao trabalho do biólogo.
Certamente que isso abre um leque para que você reflita sobre sua própria profissão. Você trabalha com ciência, está envolvido com pesquisas, ou com áreas relacionadas? Pesquise. Busque saber até onde sua profissão pode ser mais do que as pessoas imaginam. De repente você descobre que pode ter um mundo de oportunidades a sua frente, aproveite!

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